sexta-feira, 21 de maio de 2010

Paraguay: "A Câmara de Vereadores não cumpre o seu papel"

Prosseguindo a série de entrevistas com Luis Américo Alves Aldana, segue seu pensamento sobre as práticas políticas locais e nacionais. Como é do seu feitio, Paraguay não recua diante das questões e coloca sua opinião a respeito da legislãção eleitoral brasileira.
Confira:

Falas & Fatos: Tiveste em 2008 uma experiência política, concorrendo a Prefeito. Quais lições ficaram daquela empreitada, que tu levas agora para a campanha a Deputado Federal, já que és pré-candidato pelo PSOL?


Paraguay: A maior lição é positiva, o que tornou minha situação como um caminho sem volta na esfera pública. Há pessoas inconformadas e revoltadas com a conduta desses políticos tradicionais e profissionais. O quadro político exige que continuemos, pois que a situação política em Montenegro é fraca, inexiste... e a oposição não consegue explicar as suas soluções, se é que as têm. Pessoas votaram em nossa candidatura, confiaram na nossa proposta política e os seus votos quiseram dizer que não há mais lugar para essa prática política retrógrada, desorganizada, medieval e incompetente que está à frente do Município há mais de 40 anos. Sempre as mesmas pessoas, sempre as mesmas idéias ultrapassadas de assistencialismo, compadrio, favorzinho e que nos conduzem a um futuro incerto. As administrações que se sucedem apenas têm em vista o incremento das receitas públicas, à custa do sucesso da iniciativa privada e do trabalho dos operários. A Câmara de Vereadores não cumpre o seu papel, parecem que desconhecem que fiscalizar e manter o equilíbrio do exercício do Poder Municipal tem sido uma obrigação impraticável. Desconheço igual omissão diante dos problemas da cidade que se revelam por um número inaceitável de pedintes pelas ruas, doentes, violência urbana, ruas intransitáveis, falta de vagas em escolas, etc. O pleito a deputado federal é viável e o Vale do Caí pode eleger um, tranquilamente. Uma pessoa que esteja presente, sempre. Estamos preparados para debater grandes questões e inserir os Municípios da região no contexto de mercados nacional e internacional. É hora, é o momento de termos um deputado federal efetivo. Ao contrário desses que se elegem por Montenegro e aqui aparecem muito em época de eleições. Aguardo com ansiedade a confirmações de meu nome na convenção do PSOL e estou convicto de estar pronto para a missão.

Falas & Fatos:  Como vês a situação da Legislação Eleitoral, que proíbe campanha antecipada, enquanto o Presidente vem desde o ano passado falando abertamente que sua candidata seria a ministra Dilma Roussef?

Paraguay: Ineficaz e ditatorial. É um péssimo exemplo para os brasileiros. Expressar pensamentos políticos é possível a qualquer tempo – com faço agora -, mas estar usando o fruto de todos os trabalhadores brasileiros para promover uma candidatura e agir eleitoreiramente o tempo todo, como Dilma, Marina, Ciro e Serra fazem, é uma ameaça ao Estado Democrático de Direito, imoral. São irresponsáveis, por exemplo, esses candidatos a deputado que vêm a Montenegro para churrascos e cervejadas, cujo financiamento duvido seja do bolso deles. Esses passeios são patrocinados presumivelmente pelo dinheiro público, direta ou indiretamente. Isto tem que acabar, deve ter um final. É desta forma que nada ou muito pouco se realiza em prol da comunidade, da sociedade, das cidades, do interior... Misturam eleições com governança. No fim, grande parte de tempo e das receitas públicas são desperdiçadas para a promoção eleitoreira como se vê diariamente no noticiário.

Falas & Fatos:  Na tua opinião, porque as pesquisas apontam uma aceitação recorde do Presidente Lula?

Paraguay: Esta popularidade tem a ajuda do capital internacional privado que ingressa no País, obrigando o governo a fazer investimentos sociais, sempre no sentido de manter a pobreza material e intelectual da maioria dos brasileiros. É o caso do bolsa família, vale disto e daquilo. Quero ver remediar esses falsos benefícios. Grande parte das verbas destinadas a manter a imagem de Lula são públicas. Transformaram-no num grande estadista, coisa que ele não é, nunca foi ou será, porque um estadista não transforma sua nação compradora de objetos obsoletos, caros, descartáveis; não torna seu Povo necessitado do desnecessário e devedor de obrigações impagáveis, o que se comprova pela subnutrição escondida nos morros, nas favelas; os pobres têm celulares e não têm estudo, trabalho, saúde. Pior do que ele, somente os seus antecessores. É o caso do melhor dos piores... Lula é fraco, fosse preparado teria uma política interna coerente com a sua política externa, quando ele se põe socialista – coisa que ele também não é, nunca foi ou será -; não se envolveria em questões eleitoreiras e estaria atento para interromper o vício de usar 30 % do PIB brasileiro para pagar juros das dívidas públicas (tem 200 bilhões de dólares em reserva e deve 600 bilhões de dólares), aplicando em previdência, saúde e educação somente 27%. Fosse realmente um estadista, incrementaria e permitiria que o índice de 17% do PIB aplicado em investimentos na indústria brasileira alcançasse os 20, 25% ideais, agora. Fosse um estadista de verdade, permitiria o combate à corrupção que nos atormenta com cerca de 30% das receitas públicas desviadas por quadrilheiros e assaltantes de cofres públicos. Ainda pagaremos alto preço por esta conta feita por Lula, comprometendo e endividando os brasileiros, desde empresários até o mais humilde operário. Lula não valoriza o trabalho e não creio que saiba o valor social do trabalho. É exatamente por esses motivos que os pensionistas e aposentados são saqueados com o fator previdenciário, cuja arrecadação do setor está sendo comprometida em outras áreas que não o pagamento justo dessas pessoas que trabalharam e contribuíram a vida toda para os cofres públicos. Lula tem 80% de aprovação popular, fruto de um marketing mentiroso, que se repete aos destacados exemplos de Stalin, Bush e Hitler que usavam, como Lula, da semiótica e da mentira para cegar o Povo.

Falas & Fatos: Mais alguma observação?

Paraguay: Unicamente agradecer a oportunidade para me comunicar com os leitores, esclarecendo nossos posições políticas. Vem em boa hora a oportunidade para apontar que a região do Vale do Caí e Montenegro têm condições de debater política em alto nível, elevando o conceito de um Estado Democrático de Direito e construindo um país de boas e ótimas perspectivas com Igualdade, Liberdade e Fraternidade, onde todos, desde agora, desfrutem das mesmas oportunidades e que, finalmente, se consagre a frase de Aristóteles que diz: a Política é a Ciência da Felicidade.

falasefatos.com.br

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Entrevista com Paraguay

A entrevista com Luiz Américo Alves Aldana, o Paraguay, será exibida aos poucos neste espaço. Nesta primeira parte, será abordado o tema Educação. De acordo com Paraguay, “falta-nos um Estatuto da Educação, responsabilizando cível e criminalmente os administradores públicos que não atinjam as metas e os objetivos do Plano Nacional da Educação”.


Acompanhe:




DIREITO E EDUCAÇÃO

Jornal O Progresso: O que te leva a gostar tanto de Direito?

Paraguay: É um conhecimento desafiador, encantador. É uma verdadeira necessidade para o exercício da atividade de jurista. Vivo intensamente esta necessidade. O Direito Civil, especificamente Direitos Reais tem sido meu objeto de estudo. Inevitavelmente tenho que conhecer Filosofia, Sociologia, Ciência Política, Antropologia e História, por onde procuro respostas às perguntas da relação do ser humano com as coisas e com o bem imóvel. Uma delas é insistente: a propriedade imóvel é possível? Então, porque não posso ser dono de um pedaço do oceano ou do rio? Uns têm o direito e outros não, porquê? Para responder a isto preciso dizer o que é um ser humano e o que é o direito da propriedade imóvel e a origem de tudo.

Meus testes vocacionais resultaram, em todos os tempos e inequivocadamente, em interesses relacionados à Assistência Social. Sempre assim o foi. O Direito é uma Ciência Jurídica e está numa das três grandes áreas de conhecimento, das Ciências Humanas, como a Assistência Social; esta, hoje, uma profissão de capacitação em nível superior. Minha infância e adolescência, vividas intensamente em todas as classes sociais – entre os extremos da miséria e da riqueza material, fatos que não me escaparam de observação -, a orientação familiar, o esporte; e, especialmente, por ter iniciado profissionalmente numa atividade jurídica com apenas 11 anos, como de serviços gerais no Registro de Imóveis de São Gabriel, através de meu pai – exímio jurista autodidata - que era datilógrafo naquele ofício. Então, era eu empregado do empregado... dizia, meu pai, que eu tinha que saber o porquê do que praticava... não deveria perguntar, mas estudar em livros, pois estes tinham respostas. Os livros eram jurídicos e não entendia nada. Aliás, nem mesmo sei se hoje entendo. Assim, creio que a vocação, a experiência e a oportunidade encaminham para as Ciências Sociais e Jurídicas.



JOP. Sob o prisma do Direito, como está a Educação hoje, nos três níveis: município, estado e país?

Paraguay: É um grande engodo... não educa ninguém. É um faz-de-conta, um mais ou menos... É muito difícil sintetizar sobre o assunto. A lei não é cumprida... transformaram a Constituição num mito. O quadro público e visível é o Estado desmontando o ensino, negligenciando com os profissionais da educação e a União, privilegiando os privilegiados, tanto que temos um ensino público superior para quem tem poder aquisitivo. Agora, e é uma lástima e o meu caso, há 8.000 doutorandos e mestrandos fora do país – quando deveriam estar aqui e aqui não têm oportunidade -, alguns financiados por instituições internacionais – que contratam os melhores para ficarem na Europa, na América do Norte, na Ásia, desenvolvendo seus conhecimentos e habilidades para o desenvolvimento internacional -, e as verbas que a União repassa aos municípios é irrisória; portanto, decai a escola pública e floresce a particular, na clara intenção de nos manter na condição de “país em desenvolvimento”. O ensino particular tem que existir como opção dos alunos e pais, hoje é uma necessidade para uma melhor formação escolar. O jurista Pontes de Miranda assim se manifesta: “O direito à educação é o terceiro dos novos direitos do homem. É a terceira pedra fundamental do edifício, o terceiro raio da estrela, com que simbolizamos o estado socialista. Sem ele, nada feito. Sem ele, como sem qualquer dos outros. Tudo, que fora deles, se prometer, é paliativo, engodo, para retardar a inevitável recomposição social dos povos dignos da vida. Os outros povos, incapazes, serão absorvidos. Dêem tudo mais, e não dêem, com igualdade, a escola para todos – e não deram nada. A ausência de direitos voltará.” É sensível e preocupante, tanto que aparece no cenário um estudo superior, qual denominam de Direito Educacional brasileiro. Deve ser um ramo de estudos sociais e jurídicos com o objetivo de equacionar o processo ensino-aprendizagem. Seus objetos serão, creio, o conhecimento das normas, princípios, leis e regulamentos que versem sobre as relações de alunos, professores, administradores, técnicos, e todos envolvidos em cada sistema educacional, nas três esferas. Cada esfera tem uma órbita de responsabilidade, incluindo sempre a família, ao exemplo do município que assume o Ensino Fundamental e suas modalidades, incluindo a Educação Infantil. A esfera municipal me parece a mais importante, neste momento de reformulação – por exemplo, o aumento em um ano do Ensino Fundamental, universal e obrigatório a partir dos seis anos de idade -, porque é responsável pelas primeiras etapas da Educação Básica, estruturante de um País que quer evoluir para uma sociedade justa e com tecnologia de ponta, formando cientistas, elevando conhecimentos, aprimorando profissionais. Se a Educação é a principal atividade estatal para transformar pessoas em cidadãos – sem distinção alguma -, sua estrutura básica tem que ser perfeita, senão temos um castelo de areia. As crianças advindas da Educação Básica, ingressam no Ensino Médio em condições? Sabem ler, escrever, calcular, compreender e interpretar? Pensam com lógica suficiente? Se sabem e pensam está certo, ao contrário, estamos diante de uma irregularidade. A legislação é boa, falta-nos, porém, um Estatuto da Educação, responsabilizando cível e criminalmente os administradores públicos que não atinjam as metas e os objetivos do Plano Nacional da Educação, que dentre muito, obriga a implantação da Gestão Democrática, dizendo de Escolas com autonomia e ditando a autoridade do Conselho Escolar e Direção, afastando vontades volúveis, às vezes eleitoreiras, do governo da hora. Falaria dias sobre a decadência do ensino público sob o prisma do direito.

JOP: Pelo que se vê hoje no sistema educacional, o que podemos esperar dos brasileiros daqui a 20 anos?

Paraguay: A manutenção da miséria, o analfabetismo funcional beirando os 80% dos trabalhadores, e o afastamento por completo das pessoas nas esferas de decisões sobre suas vidas. Sem o Estatuto da Educação do qual falei, obrigando o cumprimento da lei e penalizando seu descumprimento, permanecendo este estado de letargia e ineficiência, as desigualdades sociais aumentarão. Continuarão os profissionais praticando atos sem entender o que fazem. As pessoas robotizadas e alienadas, sem preparo educacional para colaborar para a construção de um País realmente desenvolvido. As diferenças demasiadas de conhecimentos entre pessoas provoca, inexoravelmente, uma sociedade de classes antagônicas e inimigas. Teremos o acréscimo na violência social. Violência exacerbada entre nacionais. Daí, um passo para um regime político totalitário – o que já está sendo construído e não é por outra a manutenção da miséria com o bolsa família -, uma revolução dos movimentos sociais ou, talvez, uma intervenção internacional, cuja também já está ocorrendo através do capital internacional que todo o brasileiro, sem exceção, remunera e é servil.

Na próxima semana: Regularização Fundiária

CURRÍCULO
Luiz Américo Alves Aldana


Doutorando em Ciências Sociais e Jurídicas pela Universidad del Museo Social Argentino e doutorando em Direito Civil pela Universidad de Buenos Aires, Argentina; possui graduação em Ciências Sociais e Jurídicas pela Universidade Luterana do Brasil (2004). Especialista em Direito Civil pelo Centro Universitário Ritter dos Reis de Canoas (RS); especialista em Direito Registral Imobiliário pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, com participação em módulos específicos de Direitos Reais no convênio entre o Instituto do Registro Imobiliário do Brasil - IRIB e a Faculdade de Direito de Coimbra. Professor convidado da Escola Nacional de Registradores e Notários do Brasil. Professor convidado do Instituto Brasileiro de Estudos. Tem experiência na área de Direito Privado e Público. Bolsista do governo espanhol pela AECID, VIII CADRI 2008, Córdoba, ESP e Encuentro Antigua Guatemala 2010, Guatemala. Aprovado em concurso público para ingresso na atividade notarial e registral Edital 02/2007 Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. Titular em Substituição do Registro de Imóveis de Montenegro (RS), tendo ingressado na atividade em 09-04-1973. Membro da Comissão de Estudos Legislativos do Instituto do Registro Imobiliário do Brasil - IRIB. Consultor Jurídico do Instituto do Registro Imobiliário do Brasil - IRIB. Membro do Comitê Latinoamericano de Consulta Registral.

Trabalhos Voluntários, sem remuneração:
1. Presidente de Mesa Eleitoral da 31ª zona Eleitoral da Comarca de Montenegro/RS (1998); 2. Membro do Conselho Municipal da Habitação de Montenegro/RS; 3. Conciliador do Juizado Especial Cível da Comarca de Montenegro/RS (1997/2002); 4. Membro do Conselho Municipal de Urbanismo de Montenegro/RS (2002); 5. Membro e residente do Conselho Municipal de Educação de Montenegro/RS (2005); 6. Membro do Corpo Docente da Escola Nacional de Registradores; 7. Membro do Fórum Estadual dos Conselhos Municipais de Educação do Estado do Rio Grande do Sul (2007-2008); 8. Coordenador Regional dos Conselhos Municipais de Educação da Associação dos Municípios do Vale do Rio Caí (2007); 9. Membro do Tribunal do Júri da Comarca de Montenegro (RS); 10. Membro e Presidente da Junta da Justiça Desportiva de Montenegro (RS).


Música: Grupo La Cañera, Grupo Raízes da Terra, Grupo Umuarama. Canta desde os oito anos de idade em rádios, TVs e possui dois CDs gravados.

Carnaval: Participou da Primeira do Vale – fundador - (Clube do Comércio) e Bateria Independente.

Sociedades: É jubilado pelos Clubes do Comércio, Clube Riograndense e CTG Estäncia do Montenegro. Conselheiro no Conselho de Vaqueanos no CTG Estância do Montenegro. Associado no Cantegril Clube e na Sociedade Floresta, onde começa a organizar a Biblioteca.

Clubes de futebol onde atuou: Palmeiras e Prefeitura, atual SER São Gabriel (São Gabriel, RS), América, Montenegro e Botafogo de São Pedro da Serra, RS. Atlântico (Londrina, Paraná). Futebol de Salão: Mandarins, Cruzeiro (fundador) e Clube do Comércio. Futebol Sete: Petrópolis, Paratodos, Areião e Oliveira & Luft. Futebol de Praia: Imbé Norte

Começou no time da Prefeitura, atual SER São Gabriel com 13 anos, atuando no primeiro quadro, entre profissionais; campeão municipal pelo América em 1976, campeão municipal pelo Montenegro em 1983 e campeão intermunicipal pelo Botafogo em 1981, sempre nos times principais. Futebol de Salão: campeão municipal pelo Clube do Comércio em 1974, com 15 anos. Campeão municipal pelo Cruzeiro em 1983. Com o Mandarins disputou três campeonatos estaduais, sendo em 1982 na primeira divisão do Campeonato Gaúcho.

Futebol Sete: Campeão pelo Oliveira & Luft e pelo Petrópolis no Cantegril Clube.

Futebol de Praia: Disputou quatro campeonatos estaduais de praia, categoria principal, em 1975 (com 15 anos), em 1976, em 1981 e 1982.

Atuação Profissional:
Serviço do Registro de Imóveis da Cidade de Montenegro/RS, REGISTRO DE IMÓV, Brasil.
Vínculo institucional
1973 - Atual Vínculo: Servidor Público, Enquadramento Funcional: Titular em Substituição,
Carga horária: 40
Outras informações Ingresso na atividade em 09 de abril de 1973, tendo sido aprovado em prova de habilitação para oficial ajudante em 1983 e designado oficial em 2002.

Outras Atividades Profissionais:

Professor: 08/2007 – Atual - Ensino, Especialização em Direito Registral Imobiliário pelo Instituto Brasileiro de Estudos (convidado), Escola Superior da Magistratura do RS (convidado) e pela Escola Superior de Registradores do Brasil. Nível: Pós-Graduação.
Disciplinas ministradas
Teoria Geral do Direito Civil, Direito das Coisas, Direito Agrário, Direito Notarial, Direito Registral, Metodologia Científica, Teoria do Ensino Superior, Filosofia, Sociologia Jurídica, História do Direito, Ciência Política.
04/1973 - Atual Direção e administração, .
Cargo ou função
Escrevente, Oficial Ajudante, Substituto e Titular em Substituição.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

A voz qua acorda o Vale do Caí

Carlos Felipe da Silva literalmente abre os estúdios da Rádio América, em Montenegro. Pontualmente às cinco da manhã entra no ar o ‘Bom Dia com Carlos Felipe’, que desde o final de 2008 vem atraindo um público cada vez maior para o horário.


Prestes a completar 18 anos de rádio, o comunicador gosta de passar música e informação em seus programas. “Todos gostam de estar bem informados”, afirma. Carlos Felipe prepara-se para estrear como colunista do site Falas e Fatos em breve.

A seguir, a entrevista.

Desde quando o programa está no ar? Comecei no rádio no dia 19 de maio de 1992 na Rádio Cultura do Vale. Na rádio América estou trabalhando desde o dia 17 de novembro de 2008.

Qual o público predominante? Cada rádio que trabalhei, tinha um público diferente. Atualmente estou trabalhando com um público de uma faixa etária maior. Os trabalhadores da noite (guardas noturnos, padeiros, taxistas, motoristas e os que gostam de acordar cedo).

Como é a participação do público? Quando começamos este projeto das 5 horas da manhã, tínhamos a preocupação em relação a participação das 5 às 6 mas, para nossa surpresa, temos atualmente mais participação neste horário do que da 6 às 7 .

Há quanto tempo trabalha em rádio e em quais já trabalhou? Dia 19 de maio deste ano completaremos 18 anos de rádio. Rádio Cultura do Vale FM, de 1992 a 2001. Rádio Viva FM, de 2001 a 2008 e, atualmente, na rádio América AM 1270.

Há algum fato marcante em tua trajetória, que gostaria de relatar? Um fato marcante na minha curta carreira é que comecei como apresentador (normalmente se começa como operador ou outros setores). No início apresentamos o programa Cultura Nativa. Sempre me preocupei em mesclar música e informação em todos os horários que trabalhei, pois considero que independente da faixa etária dos ouvintes, todos gostam de estar bem informados tanto com as notícias urgentes como as informações culturais.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Pedro Stiehl: “Sou uma amálgama de tudo que li, vi e vivi nestes 50 anos”

A intenção do repórter de um contato frente a frente foi dissolvida na resposta ao primeiro contato: “Estou indo viajar sábado pela manhã”, respondeu Pedro Stiehl ao e-mail. Mas completou: “Se me mandares as perguntas hoje respondo até amanhã”. Então a tecnologia fez a sua parte. Via Internet, as perguntas foram encaminhadas e respondidas no mesmo dia.
Abordando a obra do escritor montenegrino, autor de inúmeros livros de contos, poesia, romance e novelas juvenis, a entrevista mostra um homem que busca aprimorar ainda mais aquilo que para muitos já é ótimo: seu estilo. “Meu grande desejo. Meu objetivo. Fazer uma prosa tão lírica que pareça um poema”, almeja.
Ele fala ainda de suas influências, seus planos e do futuro do livro. A seguir, a entrevista na íntegra.


Pergunta: Em qual terreno te sentes mais à vontade: poesia, conto, romance ou crônica? Outro ainda?
Resposta: Difícil dizer. Depende da época, dos dramas, dos sonhos, dos objetivos, do que estou lendo. São muitas variáveis para uma só equação. Por exemplo: trabalho agora em duas pontas. Uma novela infanto-juvenil que trará como pano de fundo a visita do Médici a Montenegro em 1973. Ao mesmo tempo estou dando retoques finais no meu novo livro de poemas “O livro das fraquezas humanas”. A Cristiane Tain brinca comigo dizendo que é titulo de livro de auto-ajuda. Pode ser. Mas eu gosto. Tudo sem perder o foco da crônica que faço mensalmente para a revista Diversa e para meu site http://www.pedrostiehl.com.br/

Pergunta: Quais teus autores referenciais? É possível ver outros escritores na obra de Pedro Stiehl?
Resposta: Todos têm autores que os influenciam. É lei da vida. Tudo que fazemos parte do que já foi feito. Eu tenho até gosto que se perceba em minha escrita alguns escritores. Mas fica pretensioso dizer que este ou aquele são meus mentores, como se eu pudesse escrever como os mestres. Deixo isto como tarefa a quem de dispuser a descobrir. Mas não é importante. Se surgir naturalmente na mente do leitor “ah, aqui ó, mão do fulano” tudo bem. Não me importo. Sou uma amálgama de tudo que li, vi e vivi nestes 50 anos. Impossível que um ou outro fantasma não me tome a caneta de vez em quando.

Pergunta: Na análise de Oscar Bessi Filho sobre o livro Rapsódia em Berlim, ele elogia o lirismo que permeia as suas obras. Tua resposta foi: "É um dos aspectos de que mais gosto. Há muita prosa poética, o que, no futuro, pretendo que seja uma das características do meu estilo". Este futuro já chegou? Já há mais lirismo em teus escritos?
Resposta: Grande pergunta. Isso é o que considero hoje na minha vida de escritor a grande questão. Meu grande desejo. Meu objetivo. Fazer uma prosa tão lírica que pareça um poema. Considero que já tenho um ou outro paradigma que deponha a favor deste meu desejo. O conto “O diabinho e a sereia”, do livro Rapsódia em Berlim. A crônica que publiquei na revista do grupo Rua dos Cataventos e que também está no site: Eu, Ficção!e o miniconto publicado pela revista Magma de Lajes do Pico, nos Açores, a convite do escritor Luis Antonio de Assis Brasil e que também repliquei no site. A gente às vezes quer acreditar em certas coisas, ou precisa. Quero crer que nestes textos e em alguns outros cheguei perto desta qualidade. Mas, lógico, quem vai decidir se cheguei ou e em quais, será o futuro.

Pergunta: Poucos escritores conseguem escolher uma personagem como sua preferida. Pedro Stiehl é diferente? Consegue ter simpatia por alguma de suas criações?
Resposta: Tenho sim várias simpatias. As mulheres que narram o meu “Bárbaros no Paraíso” são admiráveis. Como disse Gabriel Garcia Marques, “são elas – as mulheres - que sustentam o mundo, enquanto que os homens o desordenam com sua brutalidade histórica’. Gosto da menina e do avô do conto “O diabinho e a sereia”. E o casal despojado que não se importam em lamber as feridas de sua relação no conto “Por um cristal partido”, também do livro Rapsódia em Berlim.

Pergunta: Alguma obra em andamento para lançamento futuro?
Resposta: Antecipei-me já a esta pergunta. Está lá na primeira resposta. A novela infanto-juvenil que trará como pano de fundo a visita do Médici a Montenegro em 1973 e o novo livro de poemas “O livro das fraquezas humanas”.

"Temos que ler... Para aprimorar, não o técnico que queremos ser, mas o humano que precisamos ser"


Pergunta: O escritor precisa de leitores. Como formar consumidores de letras? Qual melhor lugar para isto? Escola? Casa? Jornais? Revistas? Internet? Tudo junto?
Resposta: Não é uma resposta fácil de se dar. Há todo um debate nacional de especialistas a respeito. É certo que não há uma só resposta. É uma questão cultural, é uma questão histórica de país subdesenvolvido. Tudo isto. Além do fator financeiro, a influência de outras mídias mais assimiláveis, a falta de valorização do fato de se estar só, de se procurar o desenvolvimento do imaginário particular e não público. A casa e a escola são por si fatores de grande influência. Pais que não lêem e professores que não lêem são um desastre para uma criança. Leitura de acordo com a idade também é importante para pegar gosto. Acho, por fim, que leitura é interdisciplinar. Ou seja, para qualquer coisa que se queira na vida, é preciso ler. E ler ficção. E ler poesia. Para aprimorar, não o técnico que queremos ser, mas o humano que precisamos ser. De qualquer forma, conheço muita gente extremamente humana e inteligente e que não lêem praticamente nada. Quem explica?

Pergunta: Como tu vês o mercado literário hoje? Já é possível alguém sonhar em viver da Literatura? Porque o Livro ainda não é tratado como gênero de primeira necessidade no Brasil?
Resposta: Viver de Literatura? Só os caras! Um ou outro Dan Brown da vida. Quanto ao mercado, acredito que o livro, da forma como o conhecemos, este artefato de papel, está com os dias contados. A internet vai matar o livro. Mas não a Literatura. Os e-books vão ser o grande show da próxima década. O mercado literário vai ser teu livro em PDF sendo baixado em download por uns trocos. Os livreiros vão falir. É o fim do papel. Meu neto verá qualquer livro como objeto de museu. É no que acredito. E me preparo para isso. Meu site vai ter ainda este ano opção de download de algum livro meu. E no futuro bem próximo, não mais publicarei em papel. Como serão as feiras de livro? Como os alunos vão interagir com um escritor? Como os leitores vão criar Best-sellers? Não sei. Quero viver para ver.



Entrevista via e-mail a JB Cardoso